Que mania de classificarmos tudo!!! Poderíamos ser chamados inclusive de Adão ou Linneu (os classificadores)... Dar nomes e classificar é uma das nossas especialidades.
Hoje trago essa reflexão por reconhecer os muitos nomes e classificações que fazem/fazemos a nós mulheres, uma delas é que somos o sexo frágil ... Por muito tempo, eu confesso que fiquei estressada com o título, por não me considerar frágil, pelo contrario. Além de ter sido criada por duas Icamiabas (denominação em língua Tupi para mulheres fortes, também denominadas Amazonas), minha mãe e minha avó e ainda reconhecer muitas outras presentes em minha vida.
Como comentei em outro post, o frágil está relacionado com a nossa anatomia, fisiologia... A biologia em geral é diferente entre homens e mulheres. O que nos resulta uma maior sensibilidade, somos mais emotivas... E os equilíbrios nos favorecem nesse sentindo, porque quando amamos, somos capazes de tudo por e pelo que amamos, nos doamos completamente, mas se odiamos... Cuidado! Inclusive agimos de formas inconsequentes, sem muita sobriedade... Confesso que me considero frágil somente por conhecer e reconhecer essa visão... Também aprendi a liberar-me de certas cobranças, e ainda estou em processo... Tudo bem em chorar se algo nos faz triste, houve um tempo que eu não me permitia isso, e por experiência, é horrível! Tudo bem em querer gastar recursos e tempo com “superficialidades” (salão de beleza, roupas, batons, esmalte, revista, saídas para o club das Luluzinhas...) escrevi superficialidades entre aspas porque, acredito que estas são nossas pequenas cargas de baterias.
Mas em outras áreas de maneira nenhuma nos considero frágeis... O mercado de trabalho que o diga, a mulher vem cada vez mais demostrando sua competência. Em muitas áreas somos tão boas quanto os homens, em outras somos melhores, e em outras é melhor que eles continuem a desempenhar com excelência seu trabalho (rsrsrs), e está tudo bem... Porque não vamos à luta por carreiras que nos sejam compatíveis com nossas características como mulher? Si temos o mesmo cargo e ganhamos diferente então sim, devemos lutar para ganharmos igual, mas devemos trabalhar igual.
Não, de maneira nenhuma estou contra as mulheres, sei exatamente o passamos por sermos mulheres, mas também sei que existem muitos vitimismos por aí, que ‘maquiavelicamente’ (nem sei se existe essa palavra) se beneficiam de situações tanto para mulheres por serem mulheres, quanto para os homens por serem homens. E isso é um fato! O que devemos fazer, nós mulheres, é escrevermos nossa historia de maneira lúcida e clara, sem terrorismos, racionalizar bem os atos de uma forma a não denegrir quem somos... Certos atos me parecem apelações e sei que a maioria de nós não é assim e tampouco concorda... Também sei que para cada país existe uma realidade diferente. Observo tamanha diferença entre Brasil e Espanha, o que dirá nas outras culturas e países como África, Ásia...
Observo também uma triste batalha de uma minoria em querer promover uma competição e um ódio das mulheres contra os homens (o que resulta na terceira lei de Newton – ação/reação), que não me parece normal. Isso é chamado de Sexismo, fomentar o ódio ao sexo oposto... E é um absurdo!!! Perdoem-me o grupo de mulheres que levantam essa bandeira. Mas amo muitos homens, meu marido, meu tio, meus sobrinhos, irmão e amei muito meu pai e meu avô, pra concordar com isso... Também percebo que nesse grupo de mulheres (que levanta essa bandeira), muitas sofreram algum tipo de abuso por homens, o que (infelizmente), justifica esse sentimento (condição humana) e posicionamento, inclusive até tem o meu respeito e compaixão, mesmo eu acreditando que através de ódio, ou seu fomento, não resolvemos nada. Também acredito que posicionamentos, opiniões, pensamentos são livres e que a crucificação de outras mulheres que pensem diferente também não me parece coerente (e é claro existem muitos outros fatores e muitas outras reflexões e discursos, e só esses parágrafos renderiam uma tese, mas não é esse meu objetivo, não nesse post).
Além da classificação frágil, que é relativa, temos outras tantas classificações, podemos ser extremamente fortes, dedicadas, fieis quando, por exemplo, em se tratando da dor ou necessidade de quem amamos, guardamos no bolso nossa dor, para atendermos a um filho doente, a uma irmã ou uma amiga que precisa conversar...
Somos corajosas , valentes , decididas, sonhadoras ... “medos pequenos e coragens absurdas”, medos de barata e uma coragem para cruzar um oceano sozinha, viver em uma cidade nova, sem conhecer ninguém, em busca de maior e melhor formação acadêmica/profissional (no meu caso).
Sei que cada uma de nós tem a sua historia de valentia, de renuncia, de fragilidade ... E todas essas classificações/características são naturais e normais para cada pessoa, e para cada situação de vida que venha passar, como já disse em outro post (não sei se aqui ou no instagram), cada um de nós carregamos nossas ‘carapacinhas’ de tartaruga, que são nossas experiências, historias, traumas, felicidades e com tudo isso... A soma de tudo isso vai forjando quem somos, como pensamos e como reagimos as situações.
A questão é que nos permitamos ser mulheres sem cobranças absurdas, podemos ser intelectuais, filósofas, cientistas e andarmos bem vestidas com nosso casaquinho da Dona Coco e uma Make digna de Camila Coelho, podemos ter o corpo que quisermos, amarmos a quem quisermos, gastarmos nosso dinheiro como e com quem nos dê ‘la gana’ (como diz aqui na Espanha) sem culpa ou neura... Mas também e muito importante, que não deixemos o equilíbrio, a sensatez e a consciência da consequência de nossas atitudes.
Ah!!! E só um segredinho: Podemos ser quem quisermos...