Estes dias estive vendo pela segunda vez o filme 'A Cabana' e como aconteceu em alguns momentos quando li o livro e a primeira vez que vi o filme, me caíram algumas lágrimas...
É interessante as metáforas e analogias que o livro/filme mostra... Que sempre me trazem um doce anseio e anelo em muitos momentos... Compartilho alguns deles...
Logo que o personagem Mack Phillips, protagonizado pelo ator australiano Sam Worthington, chega à cabana onde está Deus, ele questiona o fato de que Deus se apresenta como uma mulher... A sutileza e a preocupação que Deus teve em se mostrar a Mack Phillips com o aspecto em que ele se sentiria confortável me trouxe a luz, de que realmente isso continuamente acontece... A preocupação de Deus conosco e seu amor são imensuráveis e incompreensíveis ao nosso limitado entendimento... E me fez refletir o quanto somos pretenciosos em achar que sabemos, teorizamos sobre tudo a nossa volta, sobre as pessoas e (como não) sobre Deus, sua justiça e amor...
Outros momentos maravilhosos foram às conversas com Jesus, o interessante é que acho que foi a primeira vez que vi em um filme um Jesus mais próximo do que acredito que é, sem olhos azuis, sem cabelos longos e loiros, mas um Jesus com características de judeu, pele morena, olhos e cabelos castanhos escuros pra negros, um nariz meio característico das pessoas que vivem naquela zona escolhida do planeta...
Há alguns anos atrás me propuseram chamar Jesus a minha intimidade, a não deixar Deus como aquele distante e que para entrar em sua presença teria que está imaculada e usa-lhe todos os tratamentos respeitosos que se conhecia na gramatica. Então passei a lhe chamar de Meu Amor, e o mais incrível que essa forma de tratamento me trouxe, foi que nós verdadeiramente nos aproximamos, ou melhor, eu me aproximei, porque Ele sempre esteve comigo.
E lá se iam um, dois, três suspiros à medida que prosseguia o filme... Já pensou jantar com Deus? Correr sobre as aguas com Ele? Ver que cada uma das nossas lagrimas é recolhida e guardada com tamanha importância que nem nós sabemos que têm?
Outro momento forte do filme: quando ele foi confrontado quanto a sua posição de juiz... - Quantos de nós estamos sempre apostos ao juízo do outro? Inclusive de Deus? – e o momento em que ele perdoou seu pai pela infância difícil. – Como nos é difícil o perdão... O perdão nos prende em um passado e situação dolorosa...
Um comentário interessante que Mack Phillips faz depois que Deus o anima a dizer em voz alta que perdoava o assassino de sua filha foi: “Mas eu ainda continuo com muita raiva” e Deus lhe responde: “Continue dizendo... Cada vez que você disser que o perdoa, a intensidade da raiva em seu coração vai diminuindo, até chegar um dia que não a sentirá mais.” A decisão e a persistência em liberar perdão a uma pessoa são essenciais para engendrar o perdão genuíno em nosso coração. Aquele perdão que em um determinado dia você acorda e já passou, não dói mais, não há raiva, todavia há a lembrança do que aconteceu (perdão não é amnésia), mas não se sente mais nada...
E para terminar essa postagem com o coração tranquilo... Ao final de tudo, tudo foi ao seu devido lugar, Mack Phillips retomou sua vida em família, sem as ‘mochilas’ que lhe pesavam tanto, e ainda com a certeza de que ele nunca estaria só. Assim como nós... Se nós permitirmos.