Existe um sentimento, sob a minha perspectiva (como sempre neste blog),
que me deixa um pouco preocupada, triste e até temerosa muitas vezes, andando
tranquilamente em um determinado nicho de pessoas e que costumeiramente
encontramos em conversas pelos corredores universitários...
Pouco se fala dele, mas sua voracidade me assusta, talvez sempre tenha existido. - Na realidade alguns sentimentos, aqueles que mostram que não somos tão boas pessoas quanto parecemos, ou queremos (alguns), me choca. - Além da competição acadêmica, que também é outro leão voraz, falo especificamente da arrogância intelectual... Onde uma pequena e “agraciada” parte do globo toma como justificativa para falta de humildade, ética, e para o libre vômito grosseiro sobre aqueles lhes parece “menos agraciados” (ignorantes, com o currículo sem um Nobel). Sentimento este que cresce como erva daninha, inclusive transpassando os muros universitários... Já comento essa outra parte.
Ainda focando apenas no mundo acadêmico, não deveria ser o inverso? Quanto mais se conhece, mais se sabe, mais educado deveríamos ser não é mesmo? Em que momento o calouro deu lugar ao Pop Star da Ciência? Já não mais tão Pop assim... Confesso que já vi de tudo, ou de muito, inclusive esse sentimento passar de orientador para orientando. O sentimento de deus ou semi-deus passado por osmose...
Mas também existem aqueles que porque leem um pouco sobre um determinado tema e realmente aprendem sobre ele (ou ‘a medias’ como dizem aqui na Espanha), nele já se consideram PhDs, querendo negociar inclusive os Nobels de Marie Curie e o fato de que o outro não saiba, lhes concede o direito a comentários, sorrisos e “títulos” sarcásticos. Acredito que esse comportamento é justificado pela difusão instantânea de informações facilitada pela internet, pessoas formando suas opiniões (e dando-as também), baseadas em conhecimentos rasos sobre todo e qualquer assunto, e como já comentei, vestindo a toga de reitores do conhecimento absoluto.
E a humildade? Ah a humildade... Para mim, é a senhorita encantadora do mundo... O triste é que não é ensina na universidade, muitas vezes nem em casa, apenas percebida em algumas relações sejam em família ou em outras das que se tem maior convívio, uma amiga, uma orientadora, um chefe... É notada principalmente naquelas pessoas em que a sociedade julga acima da media para uma determinada condição; o que tem muito dinheiro, aquela que é muito bonita, e nesse caso o que tem (muito ou a medias) conhecimento, já que não se nota muito em reles mortais, ou não se cobra muito de pessoas normais. Acredito que se podem ter sim as duas coisas realmente, ter o conhecimento e ser humilde, porque conheci pessoas encantadoras, doutores inteligentíssimos em suas áreas, com prêmios e aulas sensacionais, e como cereja do bolo, com uma humildade fantástica. Tive a sorte de acompanhar algum deles e acabei descobrindo seus segredos... E... Eureka!!! Tão simples como a humildade... É o reconhecimento de que não se sabe sobre tudo, de que o conhecimento é dinâmico, de que não somos robôs e que até as suas partidas desse mundo, ainda estarão aprendendo...